Nosso passeio por Buenos Aires continua pela região de La
Boca, mas do que falaremos nesse post extravasa as fronteiras do popular
bairro, da capital argentina e, por que não, até mesmo as fronteiras de nosso
país vizinho. Não é novidade pra ninguém que a Argentina é um país tão
apaixonado por futebol quanto o nosso: os caras são bicampeões do mundo, juram
que Maradona foi um Deus perto do nosso Pelé – sem exageros:
os caras tem uma igreja pra louvar o ex-camisa 10 deles – e hoje vivem o
presente de Lionel Messi, quatro vezes o melhor jogador do mundo pela FIFA. Mas
um certo clube tem uma importância especial no meio dessa paixão toda: o Club Atlético Boca Juniors,
ou simplesmente o Boca.
Um dos mais importantes estádios do mundo: La Bombonera
Chegando em La Bombonera: o estádio não é dos maiores nem dos mais modernos, mas tem muita mística e história
O Boca Juniors é o clube mais popular da Argentina e é o
clube, juntamente com o Milan, da Itália, com mais títulos internacionais no
mundo, o que não é pouca coisa, se pensarmos que a os clubes argentinos não
contam com os milhões de euros esbanjados por clubes europeus para montar suas
equipes. O Boca é tricampeão mundial e hexacampeão da Copa Libertadores, além
de ser um verdadeiro terror para clubes brasileiros, principalmente quando os
recebe em seu lendário estádio: o Alberto J. Armando, mais conhecido como La Bombonera.
Na direita, um dos três troféus de Campeão Mundial
Como vocês já devem ter ouvido falar, o nome se dá pelo
formato de suas arquibancadas: muito íngremes e espremidas, lembrando uma caixa
de bombons, o que em situações de estádio lotado (maioria das vezes) coloca uma
pressão tão absurda nos adversários que a principal torcida do clube – uma das
mais fanáticas do país – se chama La 12, como se fossem um jogador a mais em
campo. Como diz o Galvão Bueno em suas transmissões cheias de jargões: “A
Bombonera não treme, ela pulsa!” Deve ser coisa de louco ver um jogo do Boca no
estádio (e de rico também: os ingressos para não-sócios do clube são caríssimos,
entre A$200 e A$300 e se esgotam rápido). Explicado por que é tão complicado assim ganhar dos caras
lá. Eu simplesmente tinha que entrar em La Bombonera e conhecer esse ícone do
futebol mundial.
Torcida do Boca em jogo contra o Arsenal pela Libertadores 2012
Museu do Boca, com estátua do Maradona, claro.
Camisas antigas do Boca Juniors: amarelo e azul tradicionais.
Essa vontade, obviamente, não era só minha e o Boca
aproveitou sua fama mundial e construiu, em seu estádio, o Museo de La Passión Boquense, o museu do Boca,
onde seus visitantes podem conhecer as origens do mais popular clube do país e
entender um pouco como se criou esse gigante e a relação com a torcida xeneize –
apelido da torcida, vem de genovês, oriundo da cidade de Gênova, na Itália. Dentre
seus principais ídolos, só pra começar com os mais recentes: Diego Maradona,
Gabriel Batistuta, Cláudio Caniggia (sim, aquele canalha que nos eliminou da
Copa do Mundo de 1990), Martín Palermo, Román Riquelme, Carlitos Tévez... A lista é longa e tem
alguns brasileiros nessa história.
Os três ídolos mais recentes: Schellotto, Riquelme e Palermo.
Década a década, cada detalhe da gloriosa história do Boca.
Há um tour guiado pelo Museu (A$60), que passa pelas origens
do clube, seus ídolos, títulos, uniformes, a relação com o bairro La Boca e
termina em uma das arquibancadas de La Bombonera, onde você será convidado
(mediante pagamento, claro) a tirar uma foto de dentro do gramado com uma das
Copas Libertadores do clube – imagino que seja réplica, enfim. Óbvio que
desembolsei meus pesitos e saí
orgulhoso com mi foto de Boca, como
diz o porta retrato azul e amarelo.
As arquibancadas são MUITO íngremes e o campo muito próximo!
Ahhh garoto! =)
Como comentamos no post sobre La Boca, chegar no estádio só
de taxi ou ônibus – não há estação de metrô por lá. Aconselhamos sempre o taxi,
pelos motivos expostos no post sobre o transporte.
No próximo post, vamos viver o outro lado dessa moeda chamada futebol argentino. Os xeneizes (nome dado aos torcedores do Boca) se dizem “la mitad más uno”, como forma de dizerem que são os maiores da Argentina. Agora conheceremos os que intitulam “el más grande lejos” (os maiores, de longe)...
Partiu!
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